sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Minha pele, meu pecado.
Sou conhecido: como germe urbano!
Filho bastardo de uma nação hipócrita.
Quem te faz Brasil: são minhas mãos calejadas.
Ô Pátria Desalmada.
Salve, salve...
Minha cor condena meu viver
Sem o direito, de humano ser!
Sou do quilombo
Sou da resistência.
Nunca me renderei a esta sentença.
Minhas senzalas
São nas favelas e palafitas
Vendo o morro descer...
Ô pátria desalmada
Salve, salve...
Veras que um filho teu não foge a luta.
Nem teme quem o maltrata a própria morte.


As ruas...
Á procura de aventura.
Ao percebe uma bela moça
Atravessando a generalíssimo
Fico a me pergunta: será que posso rouba?
Meu instinto responde por mim.
Parada, manda a bolsa se não mando bala.
Leva ladrão, que deus te dê o perdão.
Saio em fuga e alguém grita
“pega o ladrão”
Puta que pariu, lá vem o camburão.
Largo a bolsa pela rua e saio zimbado.
Parado safado!
Égua -  me pegaram.
No chão;  no chã; ladrão.
Primeira reação, chutes no meu rosto.
Minha mãe pensou; poxa que desgosto!
Não aguento...
Os heróis covardes apareceram
Chutes, socos e xingamentos.
Os populares me arrebentam
A polícia...issa!
Fez que nem percebeu
Ai meu deus
Alguém grita
Too filmando!
É um santo?
Não!  É teu irmão clamando
Sai dessa malandro.